A intenção desta postagem foi reunir em um mesmo espaço as experiências e perspectivas de quem vive o Mercado Editorial no dia-a-dia, de forma a permitir análises mais apuradas sobre o ano que acabou e projeções mais realistas para o ano que começa. De quebra, aproveitei para aprender com quem entende do assunto.
Alguns profissionais experientes e representativos dedicaram um pouco do seu valioso tempo para colaborar com o blog Mundo Editorial e sou muito grato por isso. Os voluntários responderam duas perguntas bem simples:
- 1) Como foi o ano de 2011 para quem trabalha no Mundo Editorial?
- 2) Quais as suas perspectivas para 2012?
Para não prolongar ainda mais esta introdução, já que temos muito texto pela frente, vamos direto à opinião de quem realmente entende do assunto. Espero que todos possam aproveitar um pouco desse conhecimento e, mais uma vez, obrigado a todos que participaram.
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James McSill
Diretor da McSill Ltd, Londres
Diretor da Agência McSill, São Paulo
Diretor da McSill Ltd, Londres
Diretor da Agência McSill, São Paulo
Como foi o ano de 2011 para quem trabalha no Mundo Editorial?
Numa nota pessoal, 2011 foi um ano de muito trabalho para a minha consultoria. Além da minha convivência diária com os meus autores – não tenho palavras para expressar o prazer que é fazer parte do processo de criação e desenvolvimento de vocês -, agradeço os momentos maravilhosos de que desfrutei durante as minhas viagens ao Brasil e a Portugal.
Por trás dos bastidores este foi um ano diferente. Tenho muito o que agradecer. Foi a ano em que passei a operar com o selo da Companies House, em que a minha consultoria tornou-se uma das maiores do planeta em número de autores e livros editados. Em 2011 montei o meu estúdio para treinamento à distância, adotando, entre outras tecnologias, o 3D. Desde 1995 já dizia aos meus pares que este dia chegaria, que, virtualmente, poderíamos nos localizar onde quiséssemos, a consequência seria a universalização do conhecimento.
No Fantisticon deste ano, então, fizemos História: tive a felicidade de ser o primeiro consultor literário a administrar um (embora curto) treinamento em presença virtual, em 3D, de um estúdio no Reino Unido para o Brasil. Num mundo em que o mínimo que se espera de cada um é que seja o melhor no que faz, o diferencial está em sermos os primeiros. Tive a honra de sê-lo. Já no fim do ano, homenageando a República dos Escritores em sua data de fundação, ministrei um treinamento ‘de verdade’, Book in a Box, em que, literalmente, “teletransportei-me” daqui até o Brasil para ficar frente à minha audiência. Obrigado a todos aqueles que tornaram os eventos realidade.
Em 2011, dois outros momentos talvez não lhes tenham passado despercebidos. Primeiro, dei início ao treinamento de uma pequena equipe que vai se especializar em e-books, um serviço de publicação grátis para todos os meus autores. Já temos alguns livros online aguardando a entrada da Amazon e da Google Books no Brasil para expandir nossas operações. Segundo, abri em sociedade com Giuliana Trovato, a McSill Agência Internacional, Brasil. Pretendemos operar dentro dos mais estritos padrões internacionais. O processo será relativamente longo, no momento estamos mapeando editoras, construindo os contatos e contatando autores.
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Nosso objetivo em 18 meses será termos capacidade para lidar com um fluxo de cinco mil manuscritos ao ano, para tal, estabelecemos um sistema de triagem e análise eletrônicas de textos. Desde 1985 estou familiarizado com programas como o Concordancer que nos auxiliam na edição, mas usaremos outros, mais cinco para sermos precisos: um anotador (aponta, entre outras coisas, onde e como aparece o personagem principal, o equilíbrio “narrar e mostrar” e mil detalhes que requereria cerca de 12 horas de trabalho – tudo feito em segundos!), parser (divisor, escandidor) de constituentes, um parser de dependência, um lematizador e um buscador (caso um texto enviado seja “próximo demais” de alguma coisa já publicada na Internet). A utilização desses programas estará disponível, como parte do processo de ‘tutorial’, a todos os meus autores que desejarem turbinar os seus manuscritos a fim de buscar o mercado editorial com textos altamente competitivos. Até onde nos é dado a saber, a McSill Ltd é a única empresa lusófona que se utiliza desta tecnologia como instrumento auxiliar à editoração de texto literário.
.Quais as suas perspectivas para 2012?
Muito mais nos espera. Aí seguem as dez novidades para 2012.
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1. Todos os meses teremos um encontro de duas horas, totalmente gratuito, para o qual todos os autores estão convidados. Será a oportunidade para encontrarem colegas e fazerem amigos. Os eventos serão transmitidos ao vivo pelo LiveStream TV, as questões virão por chat ou telefone. O site provisório é: http://gruposdeinteresse.yolasite.com/chat.php Até maio teremos um site permanente.
2. Em janeiro lançaremos o programa “Grupos de Interesse”, o que dará a oportunidade a autores aspirantes de ter a experiência, por um custo muito baixo, de conhecer técnicas e truques que poderão levar o seu texto a um patamar mais próximo de um texto viável para publicação. Os grupos www.grupos.mcsill.com serão coordenados pela Marcela Cristina Campos (Rio) em conjunto com o meu pessoal aqui da Inglaterra (Yorkshire).
3. Em abril e maio estarei no Brasil para palestras promovidas pelos meus amigos da República dos Escritores, bem como o Write in São Paulo ( www.write-in-sao-paulo.mcsill.com) e o Write in Canela INFANTIL ( www.infantil.mcsill.com), claro, não podemos esquecer do Write 3 presentinho!
4. Além dos sites internacionais, que já disponibilizamos, disponibilizaremos uma livraria virtual para os nossos e-books, com preparação de texto, formatação e design grátis para a totalidade das obras de meus autores.
5. Com a popularização dos tablets no Brasil, criaremos uma rede de leitura crítica via KINDLE e iPad para que os meus autores tenham os seus textos examinados (e criticados), GRATUITAMENTE, dentro de padrões aceitáveis internacionalmente.
6. A McSill, London e-Books comprometer-se-á a subsidiar até 50% da tradução para o Inglês WORD PERFECT de textos que considere viáveis para a publicação eletrônica e distribuição mundial, removeremos, assim, o principal empecilho para que um autor lusófono ou hispânico venha a competir em par de igualdade com um autor de língua inglesa. Produzam grandes livros que nos encarregaremos do resto!
7. Richard Krevolin e eu lançaremos a nossa “publishing outlet” (Story Tribe Publishing) na Califórnia em maio, o livro escolhido para dar início ao empreendimento será “Seja o Heroi de sua História”, de Eliana Barbosa e Rich Krevolin, no Brasil lançado pela Novo Século. A missão da STP será a publicação tradicional, isto é, em papel e com distribuição física, de autores estrangeiros nos EUA. Quem conhece o modelo da ‘O-Books’ no Reino Unido e de tantos outros publishing outlets bem-sucedidos já tem ideia do que será a STP.
8. Numa data ainda a ser marcada, haverá o Write in Hollywood, nos modelos do Write in Atlanta do ano passado, a diferença será que, se o autor não quiser se deslocar a Los Angeles poderá assistir remotamente em 2D ou 3D do conforto de sua casa ou de um auditório no Brasil/Portugal.
9. Para, principalmente, os autores que desenvolvem um romance completo sob a minha assessoria, a notícia da abertura da agência, creio, é animadora. Ao final do processo esses autores serão automaticamente convidados a fazer parte do portfólio, não precisarão “entrar na fila” das cerca de cinco mil obras avulsas que esperam uma oportunidade. Bem sabem, trabalho com dedicados autores que produzem ‘textos altamente viáveis’. Sobretudo esses autores merecem agenciamento e, à medida da demanda das editoras, publicação imediata.
10. No segundo semestre, em data a ser marcada, vamos organizar o 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO SOBRE TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS NA LITERATURA COMERCIAL. Todos os meus autores já se considerem convidados!
11. E para que possamos manter contato, mesmo quando a Internet não colabora, além do meu sistema da ACN, que liga automaticamente para os seus números telefônicos fixos, haverá dois números telefônicos pelos quais poderão acessar o meu estúdio em Yorkshire. Os números estarão ativos a partir de 4 de janeiro.
• 11-37115916 (quem mora em São Paulo Capital não precisa discar ‘11’)
• 51-40420744 (quem mora na Grande Porto Alegre não precisa discar ‘51’)
Por fim, não tiro os olhos da Península Ibérica. Na minha opinião, Portugal e Espanha poderão ser a porta de entrada para boas obras brasileiras. Infelizmente, ainda não tenho data para a expansão naqueles países, a Europa passa por uma crise quase sem precedentes, por mais que se busque financiamento com bancos britânicos para investir em Portugal, à mera menção da palavra “Portugal”, e agora Espanha, nem querem ouvir o que se tem a dizer. A minha determinação, porém, continua, embora sem constar nas minhas 11 promessas. A Península Ibérica poderá ser a surpresa de 2012.
• 11-37115916 (quem mora em São Paulo Capital não precisa discar ‘11’)
• 51-40420744 (quem mora na Grande Porto Alegre não precisa discar ‘51’)
Por fim, não tiro os olhos da Península Ibérica. Na minha opinião, Portugal e Espanha poderão ser a porta de entrada para boas obras brasileiras. Infelizmente, ainda não tenho data para a expansão naqueles países, a Europa passa por uma crise quase sem precedentes, por mais que se busque financiamento com bancos britânicos para investir em Portugal, à mera menção da palavra “Portugal”, e agora Espanha, nem querem ouvir o que se tem a dizer. A minha determinação, porém, continua, embora sem constar nas minhas 11 promessas. A Península Ibérica poderá ser a surpresa de 2012.
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João Reis
Editor na Eucleia Editora - Portugal
eucleia.editora@gmail.com
Como foi o ano de 2011 para quem trabalha no Mundo Editorial?
Aqui em Portugal, o ano foi péssimo. Todas as editoras foram atingidas pelas quebras de vendas (que, de resto, já se iniciara em 2010), tendo este ano atingido recordes nas quebras de vendas na maioria dos livros. Embora os best-sellers continuem a apresentar bons resultados, fruto de uma promoção gigantesca e de uma monopolização dos canais de venda, os editores pequenos que, como nós, publicam literatura para franjas mais reduzidas da população, viram as vendas já normalmente pouco avultadas desceram ainda mais. Quanto ao mais, foi um ano igual aos outros: os destaques são dados aos mesmos autores, e o cenário de edição não mudou absolutamente nada.
Quais as suas perspectivas para 2012?As perspetivas são bastante negras. Para os pequenos editores, resta apenas apostar numa diminuição da frequência de lançamentos e numa gestão orçamental rigorosa, ou então serem aglomerados pelos grandes grupos (que dificilmente comprarão pequenas editoras, visto também atravessarem um mau momento). Todos os editores portugueses sofrerão, pois atravessamos uma crise sem precedentes e a venda de livros em Portugal, país sem hábitos de leitura e muito inculto, sofrerá um golpe que levará ao encerramento de livrarias e editoras.
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Miguel Martins de Menezes
Autor
http://miguelmartinsdemenezes.blogspot.com
Como foi o ano de 2011 para quem trabalha no Mundo Editorial?
No meu caso pessoal foi paupérrimo, por diversas razões que aqui menciono com a maior sinceridade e abertura intelectual. Produzi duas obras que me levaram seis anos de árduo trabalho, dedicação e esforço, tendo abdicado de toda a minha carreira profissional por ter o desejo de cumprir com um longo sonho de adolescente: tornar-me escritor. Cultivei a leitura e a escrita ao longo de 40 anos de vida, uma paixão antiga, que me perseguiu desde a minha adolescência. Apenas não comecei o meu trabalho mais cedo pois após três tentativas para me tornar escritor (Uma aos 18 anos, a segunda aos 27 anos e a 3ª aos 36 anos), percebi que não me encontrava suficientemente maduro para que pudesse atingir as finalidades a que me propunha. Aos 46 anos o sonho bateu na porta e tornou-se realidade...
O panorama literário que encontrei em 2011 foi catastrófico, percebi que estava num universo completamente diferente do que imaginei. Vejo que a literatura está a sofrer esta pressão de uma sociedade pouco virada para a cultura e mais ligada ao consumo de "hambúrgueres" e de "chiclete para os olhos". Não se procura no livro o conceito que leva o período estrutural da construção sintáctica de uma frase à mente, mas antes procura-se dar uma sucessão de palavras que não precisa de ser processada no cérebro, uma imagem, obliterando completamente a capacidade criativa do autor, reduzindo a comunicação a um mundo de estímulos e sensações leves, para quê pensar?
O minimalismo tem dominado o panorama actual da literatura com graves danos para a produção literária e criatividade dos autores. Infelizmente o mercado está dominado por editoras de "sabonetes", máquinas de fazer dinheiro, "casinos literários" onde se paga para entrar. Elas dizem ao autor que o texto tem de ser alterado se o desejar publicar e este adultera a sua produção para ver o seu livro nas livrarias.
Antigamente o escritor era o camião de lixo da consciência humana e por essa razão, como todo camião de lixo, ruidoso, perturbava as pessoas que despertavam para o amanhecer de um novo dia com um estado de consciência mais elevado. As editoras tinham uma outra função, esta sociológica, de dirigir a cultura e a informação de um modo que a sociedade era encaminhada de uma forma positiva na direcção da leitura. Hoje não passa de um negócio (tirando algumas excepções). Procuram ver se a obra possui conteúdo vendável, não se o autor tem mérito ou demérito. Um autor pode ser muito bom, mas se o que produziu não for consumista as editoras rejeitam...querem sabonete!... Escândalo, o que a sociedade mais consome, não investem na arte mas sim no factor multiplicador do dinheiro...
Entrei em lugares onde se declara publicamente que já não é preciso ler, que a leitura em nada contribui na nossa formação para que se possa ser um bom escritor. Escutei pessoas em diversos círculos literários afirmar que é legítimo que as pessoas cometam plágio como um modo de enriquecerem a visão da concepção literária. Curiosamente esta postura surge numa sociedade em que o homem mais imoral, mas bem sucedido financeiramente, é aplaudido pela sociedade agorafóbica em que vivemos, tudo agora, tudo já !... O imediatismo e visão "light" da vida onde a felicidade é confundida com posse de bens materiais.
A literatura minimalista é caracterizada pela economia de palavras, evitando advérbios e preferindo estender o tapete dos contextos em vez dos significados, deixando ao leitor a possibilidade de interpretar o texto de qualquer forma, ao agrado de cada mente ou imaginação, dando "dicas" ou insinuações, em vez de representações descritivas directas, levando a que os personagens das histórias sejam banais, comuns, sem expressão ou "rosto".
Como David Breitling dizia numa análise feita ao meu livro em Londres, afirmando que a cultura inglesa não podia ter uma visão da narrativa poética ao estilo de "O voo para o abismo", ou de um escritor como Gabriel Garcia Marquez ou mesmo do escritor Brasileiro Jorge Amado, pois " a língua inglesa e portuguesa estão ambas a ser vitimas da modernidade do minimalismo comportamental comprimido maciçamente a língua e destruindo centenas de anos de desenvolvimento da Sintaxe. Como resultado, o ouvido de quem fala foi treinado para assumir, implica "preencher os espaços em branco", como diria John Updike. Pensar nos modificadores como os espaços em branco..." Tal não é necessário na minha opinião, pois apesar de cultivar a ortodoxia na comunicação escrita, tentei aproximar-me dessa cultura de imediatismo com pequenas regras, sem danificar a sintaxe e os elementos estruturais que são o seu substrato.
A capacidade criativa do escritor fica reduzida, a sua visão pessoal de uma paisagem obliterada por uma exposição que induza a que as cores e os traços sejam exteriores ao processo criativo, fazendo-me lembrar uma editora que queria que eu produzisse micro-contos para a elaboração de um "Casino Literário" onde não se jogaria com dinheiro, mas sim com palavras! Esses contos seriam introduzidos em máquinas de "jogar" e pagos pelos utilizadores dessas máquinas.
Obviamente recusei...
Antigamente um escritor precisava de ter uma cultura vasta, um processo moroso de sedimentação do conhecimento que muitas vezes levava 30 a 40 anos, hoje tal não é necessário, as ferramentas disponíveis transformam o homem mais inculto num escritor bem sucedido desde que escolha temas adequados à sua formação limitada; como o escândalo, zombies ou casamentos interestelares ou galácticos, mas quando se trata de escrever uma narrativa poético / conceptual aí as coisas começam a doer pois não existem ferramentas nem computadores que façam o trabalho. Infelizmente o mercado está dominado por editoras de "sabonetes", nada mais são do que máquinas de fazer dinheiro, "casinos literários" onde se paga para entrar. Elas dizem ao autor que o texto tem de ser alterado se o desejar publicar e este adultera a sua produção para ver o seu livro nas livrarias.
Não é pelo facto de uma determinada obra vender bem que esta continuará a ser vendida nos meses que se seguem. Pode acontecer, mas não o podemos tomar como uma regra.A originalidade é fundamental, pois os livreiros esgotam a sua paciência ao verem o seu “stock” de livros com o mesmo tipo de material. O escritor deve associar o interesse público às matérias que deve abordar o que requer um conhecimento do mercado que pretende atingir nas suas finalidades sociológicas.
Os investimentos que as editoras disponibilizam em recursos financeiros devem ter uma justa expectativa de retorno; duas facetas visíveis e bem claras: Uma é a facturação na forma da venda de livros e outra a promoção da imagem da editora/obra/autor, uma trilogia indissociável na abordagem do marketing quando este é bem sucedido. Muitas vezes um livro pode não ser bem sucedido, mas a repercussão da obra e do seu conteúdo acaba por fazer valer o investimento e o esforço sobretudo se olharmos à sua qualidade. Algumas obras explodem em vendas de modo exponencial, e poucos meses mais tarde ninguém as compra, outras têm uma progressão lenta, e duradoura, é aí que entra a decisão das escolhas dos editores que investem na qualidade e nos aspectos estritamente puros do interesse e mérito de uma obra literária.
O que tenho visto no mercado de 2011 é inúmeras “editoras” (sobretudo virtuais), publicando sob demanda e cobrando quantias exorbitantes dos autores, expondo-os 30 dias na sua página na “net” e depois escondendo-os como livros fantasmas, voltando a colocar mais 100 novos livros (que nem lêem), e chegando ao fim do ano com receitas de milhões sem que despendam 1 real na divulgação dos autores. Poderia ir mais longe, pois o mesmo se passa com algumas editoras que fazem o mesmo sem que tenham sequer o trabalho de analisar as obras, corrigi-las, estabelecer uma política de marketing e de distribuição.
Quanto ao autor, este também deve seguir algumas regras, cortar a eloquência perante a ideia, sobretudo um livro deve estabelecer um elo entre a realidade e a sua produção, mesmo a ficção deve ter uma conexão poderosa com a realidade. O leitor não deve compreender a trama de uma obra com antecipação sob pena de se desligar da leitura por antevisão do que vem a seguir, sobretudo os elementos criativos da estruturação da obra devem visar este processo sem dano para a mensagem que se pretende transmitir. Infelizmente não é o que tenho visto, com muita pena minha, ao longo do panorama literário actual. Infelizmente o que vi em 2011 é muito pobre e vejo que caminhamos para uma sociedade de iletrados que procuram no livro o prazer e o imediatismo fácil em vez da cultura e do amadurecimento intelectual.
A par disso vejo que grande parte dos escritores não dominam o prontuário ortográfico, as regras ortográficas, sem capacidade para poderem revisar as suas próprias obras antes de as entregar ao seu editor. Este trabalho é complexo, detalhista e muito moroso. Requer conhecimentos profundos de gramática e das mais elementares regras da sintaxe. Quando um autor pretende fazer travar a leitura para dar ênfase à ideia deve utilizar estes recursos para moderar a velocidade em pontos cruciais do tema abordado. Infelizmente poucos são os que se dizem escritores e possuem um completo domínio destas ferramentas.
Para concluir, desejo aqui deixar uma breve referência aos prémios literários, sobretudo aos dois maiores prémios literários do Brasil, cujo comportamento dos seus promotores, além de vergonhoso, não mostraram nenhum apoio à cultura mas sim a interesses pessoais...
Curioso, que num desses prémios eu soube antecipadamente qual foi um dos vencedores ao ver a sua obra "ab initio" divulgada na página oficial do organizador do prémio sem que os outros concorrentes tivessem beneficiado da mema cortesia (com reflexo nos mídia que foi "beber" a informação na página oficial do prémio em questão), tendo comentado de imediato com uma escritora brasileira dizendo-lhe: o vencedor deste ano vai ser o Sr. X …, meses mais tarde, mal foi anunciado o resultado final do prémio, essa escritora minha amiga percebeu de imediato que não foi por acaso que pude ver com antecipação o que acontecia.
É vergonhoso que o próprio organizador do prémio promova logo de início a obra dos que vão vencer expondo toda a obra do concorrente na sua página oficial sem qualquer referência aos outros participantes.Outra questão vergonhosa é verificar que as editoras vencedoras em ambos os prémios são as mesmas, todas elas conhecidas do grande público. Acresce ainda o facto de num dos prémios para principiantes, ser atribuído um único prémio de 200,000 reais em nome da promoção da cultura, sem um 2º lugar e um 3º lugar. Não seria melhor distribuir um 1º prémio de 100,000 reais, um 2º prémio de 60,000 reais e um 3º de 40,000?...O mais interessante foi verificar que 380 obras foram analisadas em 30 dias, e que o júri desses concursos privilegiam os participantes com doutos diplomas académicos, figuras públicas,quando a arte da escrita não se cultiva apenas nas universidades e nas escolas.
O panorama literário que encontrei em 2011 foi catastrófico, percebi que estava num universo completamente diferente do que imaginei. Vejo que a literatura está a sofrer esta pressão de uma sociedade pouco virada para a cultura e mais ligada ao consumo de "hambúrgueres" e de "chiclete para os olhos". Não se procura no livro o conceito que leva o período estrutural da construção sintáctica de uma frase à mente, mas antes procura-se dar uma sucessão de palavras que não precisa de ser processada no cérebro, uma imagem, obliterando completamente a capacidade criativa do autor, reduzindo a comunicação a um mundo de estímulos e sensações leves, para quê pensar?
O minimalismo tem dominado o panorama actual da literatura com graves danos para a produção literária e criatividade dos autores. Infelizmente o mercado está dominado por editoras de "sabonetes", máquinas de fazer dinheiro, "casinos literários" onde se paga para entrar. Elas dizem ao autor que o texto tem de ser alterado se o desejar publicar e este adultera a sua produção para ver o seu livro nas livrarias.
Antigamente o escritor era o camião de lixo da consciência humana e por essa razão, como todo camião de lixo, ruidoso, perturbava as pessoas que despertavam para o amanhecer de um novo dia com um estado de consciência mais elevado. As editoras tinham uma outra função, esta sociológica, de dirigir a cultura e a informação de um modo que a sociedade era encaminhada de uma forma positiva na direcção da leitura. Hoje não passa de um negócio (tirando algumas excepções). Procuram ver se a obra possui conteúdo vendável, não se o autor tem mérito ou demérito. Um autor pode ser muito bom, mas se o que produziu não for consumista as editoras rejeitam...querem sabonete!... Escândalo, o que a sociedade mais consome, não investem na arte mas sim no factor multiplicador do dinheiro...
Entrei em lugares onde se declara publicamente que já não é preciso ler, que a leitura em nada contribui na nossa formação para que se possa ser um bom escritor. Escutei pessoas em diversos círculos literários afirmar que é legítimo que as pessoas cometam plágio como um modo de enriquecerem a visão da concepção literária. Curiosamente esta postura surge numa sociedade em que o homem mais imoral, mas bem sucedido financeiramente, é aplaudido pela sociedade agorafóbica em que vivemos, tudo agora, tudo já !... O imediatismo e visão "light" da vida onde a felicidade é confundida com posse de bens materiais.
A literatura minimalista é caracterizada pela economia de palavras, evitando advérbios e preferindo estender o tapete dos contextos em vez dos significados, deixando ao leitor a possibilidade de interpretar o texto de qualquer forma, ao agrado de cada mente ou imaginação, dando "dicas" ou insinuações, em vez de representações descritivas directas, levando a que os personagens das histórias sejam banais, comuns, sem expressão ou "rosto".
Como David Breitling dizia numa análise feita ao meu livro em Londres, afirmando que a cultura inglesa não podia ter uma visão da narrativa poética ao estilo de "O voo para o abismo", ou de um escritor como Gabriel Garcia Marquez ou mesmo do escritor Brasileiro Jorge Amado, pois " a língua inglesa e portuguesa estão ambas a ser vitimas da modernidade do minimalismo comportamental comprimido maciçamente a língua e destruindo centenas de anos de desenvolvimento da Sintaxe. Como resultado, o ouvido de quem fala foi treinado para assumir, implica "preencher os espaços em branco", como diria John Updike. Pensar nos modificadores como os espaços em branco..." Tal não é necessário na minha opinião, pois apesar de cultivar a ortodoxia na comunicação escrita, tentei aproximar-me dessa cultura de imediatismo com pequenas regras, sem danificar a sintaxe e os elementos estruturais que são o seu substrato.
A capacidade criativa do escritor fica reduzida, a sua visão pessoal de uma paisagem obliterada por uma exposição que induza a que as cores e os traços sejam exteriores ao processo criativo, fazendo-me lembrar uma editora que queria que eu produzisse micro-contos para a elaboração de um "Casino Literário" onde não se jogaria com dinheiro, mas sim com palavras! Esses contos seriam introduzidos em máquinas de "jogar" e pagos pelos utilizadores dessas máquinas.
Obviamente recusei...
Antigamente um escritor precisava de ter uma cultura vasta, um processo moroso de sedimentação do conhecimento que muitas vezes levava 30 a 40 anos, hoje tal não é necessário, as ferramentas disponíveis transformam o homem mais inculto num escritor bem sucedido desde que escolha temas adequados à sua formação limitada; como o escândalo, zombies ou casamentos interestelares ou galácticos, mas quando se trata de escrever uma narrativa poético / conceptual aí as coisas começam a doer pois não existem ferramentas nem computadores que façam o trabalho. Infelizmente o mercado está dominado por editoras de "sabonetes", nada mais são do que máquinas de fazer dinheiro, "casinos literários" onde se paga para entrar. Elas dizem ao autor que o texto tem de ser alterado se o desejar publicar e este adultera a sua produção para ver o seu livro nas livrarias.
Não é pelo facto de uma determinada obra vender bem que esta continuará a ser vendida nos meses que se seguem. Pode acontecer, mas não o podemos tomar como uma regra.A originalidade é fundamental, pois os livreiros esgotam a sua paciência ao verem o seu “stock” de livros com o mesmo tipo de material. O escritor deve associar o interesse público às matérias que deve abordar o que requer um conhecimento do mercado que pretende atingir nas suas finalidades sociológicas.
Os investimentos que as editoras disponibilizam em recursos financeiros devem ter uma justa expectativa de retorno; duas facetas visíveis e bem claras: Uma é a facturação na forma da venda de livros e outra a promoção da imagem da editora/obra/autor, uma trilogia indissociável na abordagem do marketing quando este é bem sucedido. Muitas vezes um livro pode não ser bem sucedido, mas a repercussão da obra e do seu conteúdo acaba por fazer valer o investimento e o esforço sobretudo se olharmos à sua qualidade. Algumas obras explodem em vendas de modo exponencial, e poucos meses mais tarde ninguém as compra, outras têm uma progressão lenta, e duradoura, é aí que entra a decisão das escolhas dos editores que investem na qualidade e nos aspectos estritamente puros do interesse e mérito de uma obra literária.
O que tenho visto no mercado de 2011 é inúmeras “editoras” (sobretudo virtuais), publicando sob demanda e cobrando quantias exorbitantes dos autores, expondo-os 30 dias na sua página na “net” e depois escondendo-os como livros fantasmas, voltando a colocar mais 100 novos livros (que nem lêem), e chegando ao fim do ano com receitas de milhões sem que despendam 1 real na divulgação dos autores. Poderia ir mais longe, pois o mesmo se passa com algumas editoras que fazem o mesmo sem que tenham sequer o trabalho de analisar as obras, corrigi-las, estabelecer uma política de marketing e de distribuição.
Quanto ao autor, este também deve seguir algumas regras, cortar a eloquência perante a ideia, sobretudo um livro deve estabelecer um elo entre a realidade e a sua produção, mesmo a ficção deve ter uma conexão poderosa com a realidade. O leitor não deve compreender a trama de uma obra com antecipação sob pena de se desligar da leitura por antevisão do que vem a seguir, sobretudo os elementos criativos da estruturação da obra devem visar este processo sem dano para a mensagem que se pretende transmitir. Infelizmente não é o que tenho visto, com muita pena minha, ao longo do panorama literário actual. Infelizmente o que vi em 2011 é muito pobre e vejo que caminhamos para uma sociedade de iletrados que procuram no livro o prazer e o imediatismo fácil em vez da cultura e do amadurecimento intelectual.
A par disso vejo que grande parte dos escritores não dominam o prontuário ortográfico, as regras ortográficas, sem capacidade para poderem revisar as suas próprias obras antes de as entregar ao seu editor. Este trabalho é complexo, detalhista e muito moroso. Requer conhecimentos profundos de gramática e das mais elementares regras da sintaxe. Quando um autor pretende fazer travar a leitura para dar ênfase à ideia deve utilizar estes recursos para moderar a velocidade em pontos cruciais do tema abordado. Infelizmente poucos são os que se dizem escritores e possuem um completo domínio destas ferramentas.
Para concluir, desejo aqui deixar uma breve referência aos prémios literários, sobretudo aos dois maiores prémios literários do Brasil, cujo comportamento dos seus promotores, além de vergonhoso, não mostraram nenhum apoio à cultura mas sim a interesses pessoais...
Curioso, que num desses prémios eu soube antecipadamente qual foi um dos vencedores ao ver a sua obra "ab initio" divulgada na página oficial do organizador do prémio sem que os outros concorrentes tivessem beneficiado da mema cortesia (com reflexo nos mídia que foi "beber" a informação na página oficial do prémio em questão), tendo comentado de imediato com uma escritora brasileira dizendo-lhe: o vencedor deste ano vai ser o Sr. X …, meses mais tarde, mal foi anunciado o resultado final do prémio, essa escritora minha amiga percebeu de imediato que não foi por acaso que pude ver com antecipação o que acontecia.
É vergonhoso que o próprio organizador do prémio promova logo de início a obra dos que vão vencer expondo toda a obra do concorrente na sua página oficial sem qualquer referência aos outros participantes.Outra questão vergonhosa é verificar que as editoras vencedoras em ambos os prémios são as mesmas, todas elas conhecidas do grande público. Acresce ainda o facto de num dos prémios para principiantes, ser atribuído um único prémio de 200,000 reais em nome da promoção da cultura, sem um 2º lugar e um 3º lugar. Não seria melhor distribuir um 1º prémio de 100,000 reais, um 2º prémio de 60,000 reais e um 3º de 40,000?...O mais interessante foi verificar que 380 obras foram analisadas em 30 dias, e que o júri desses concursos privilegiam os participantes com doutos diplomas académicos, figuras públicas,quando a arte da escrita não se cultiva apenas nas universidades e nas escolas.
Quais as suas perspectivas para 2012?
Eu não vejo grandes mudanças para 2012 em termos de mercado. Tenho ajudado alguns autores com leitura crítica e procurando apontar soluções para que os autores consigam fazer passar a sua mensagem no actual panorama mundial.
Tive uma experiência longa dos mercados Ingleses e americanos, no mercado brasileiro e português, usando-os como um laboratório para os poder perceber. A única solução que um autor hoje possui para poder penetrar nestes mercados é em primeiro lugar tentar perceber o que se passa e em conjunto com o seu editor tentar mudar este panorama sem arrogância, sem destruir a criatividade, usando de referenciais técnicos simples. Ao longo de 2011 fiz muita leitura crítica e ajudei alguns autores a ter uma visão das suas possibilidades para contornar os obstáculos que hoje se nos deparam no panorama actual.
Não acredito que tudo vá mudar da noite para o dia, mas na verdade existem soluções técnicas e recursos que editores e autores não têm utilizado. O interesse pela leitura e a divulgação de escritores que possuem mérito poderia aumentar exponencialmente, sobretudo os que cultivam a escrita, optando por um sistema de triagem de autores muito próximo do sistema praticado na língua inglesa, deixando de perder tempo com autores sem qualquer potencial, canalizando a atenção para a literatura pura. Escritores que cultivaram a escrita durante inúmeros anos e são verdadeiros conhecedores desta arte nobre são ignorados por uma visão mercantilista que associa a análise de um livro a um sabonete ou outro produto de consumo disponível em qualquer super mercado. Basta entrar numa livraria para o constatar…
Tive uma experiência longa dos mercados Ingleses e americanos, no mercado brasileiro e português, usando-os como um laboratório para os poder perceber. A única solução que um autor hoje possui para poder penetrar nestes mercados é em primeiro lugar tentar perceber o que se passa e em conjunto com o seu editor tentar mudar este panorama sem arrogância, sem destruir a criatividade, usando de referenciais técnicos simples. Ao longo de 2011 fiz muita leitura crítica e ajudei alguns autores a ter uma visão das suas possibilidades para contornar os obstáculos que hoje se nos deparam no panorama actual.
Não acredito que tudo vá mudar da noite para o dia, mas na verdade existem soluções técnicas e recursos que editores e autores não têm utilizado. O interesse pela leitura e a divulgação de escritores que possuem mérito poderia aumentar exponencialmente, sobretudo os que cultivam a escrita, optando por um sistema de triagem de autores muito próximo do sistema praticado na língua inglesa, deixando de perder tempo com autores sem qualquer potencial, canalizando a atenção para a literatura pura. Escritores que cultivaram a escrita durante inúmeros anos e são verdadeiros conhecedores desta arte nobre são ignorados por uma visão mercantilista que associa a análise de um livro a um sabonete ou outro produto de consumo disponível em qualquer super mercado. Basta entrar numa livraria para o constatar…
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Maurício Paraguassú.
Sócio da Editora Baraúna
www.editorabarauna.com.br
Sócio da Editora Baraúna
www.editorabarauna.com.br
Como foi o ano de 2011 para quem trabalha no Mundo Editorial?
Foi um ano esperando que 2012 chegasse logo. Tivemos um aumento nas vendas e nas publicações mas longe do crescimento “prometido” para o Brasil. Ouvimos muito, durante o ano que esta acabando, do aumento dos negócios, do Brasil emprestando para o FMI, ensinando para a Europa como administrar seus países, oferecendo-se para ajudar os Estados Unidos. Agora, descobrimos que a nossa economia está estagnada e em 2011 o Brasil não cresceu nada. De qualquer forma, tivemos um aumento nas vendas de “e-books” e é um mercado muito promissor. Esperamos uma redução nos preços e nos impostos para o equipamento para leitura de e-books para um incremento ainda maior das vendas. Para o livro físico, a grande dificuldade que enfrentamos foi (e sempre será) a concorrência dos autores internacionais que (sem tirar seus méritos) dominam as prateleiras de nossos livrarias. Sem espaço ou visibilidade os autores nacionais, com quem trabalhamos, vendem menos.
Quais as suas perspectivas para 2012?
Já começamos a nos preparar para a Bienal de São Paulo que sempre trás novidades. O amazon.com chegará com sua estrutura de vendas, inicialmente para outras mercadorias, depois livros. Com a concorrência maior entre as gráficas digitais, esperamos redução dos preços e maior qualidade. Chegaremos com maior competitividade com as editoras maiores. Esperamos melhores e mais baratas plataformas de leitura (os e-readers) para e-books e maior difusão dos livros digitais, principalmente entre os mais jovens.
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Aharon Quincoces Lorén
Editor Editorial Intangible - Valencia / Espanha
editor@editorialintangible.com
www.editorialintangible.com
Editor Editorial Intangible - Valencia / Espanha
editor@editorialintangible.com
www.editorialintangible.com
Como foi o ano de 2011 para quem trabalha no Mundo Editorial?
La perspectiva de Editorial Intangible ses parcial y claramente orientada con exclusividad al ebook. Desde nuestro punto de vista 2011, al igual que los últimos tres años, inicio con la promesa de ser el año del ebook.
Desde ese punto de vista quizá ha sido otro año de desilusión, aunque relativa. Si bien solo a fin de año las grandes editoriales se ha sentido fuertes y seguras como para lanzarse al mercado del ebook, la buena noticia es que lo han hecho y eso va a desbloquear ciertas dinámicas que hasta ahora cerraban el paso a su desarrollo. El desembarco de Apple o Amazon no es ajeno a esta acción. Por otro lado la guerra de los e-reader llega finalmente a España y Europa y los precios empiezan a bajar. Son dos factores que sumados despiertan cierto optimismo.
Así pues el 2011 ha sido otro año de transición, Hemos de observar que la acción proactiva de los pequeños editores ha quedado otra vez oscurecida, aunque hay que destacar que en la primera edición de Liber Digital en octubre, solo vio a las pequeñas, combativas e innovadores editoriales: significativo más que llamativo.
Desde nuestra perspectiva lo peor de este 2011 ha sido la cerrazón d la Ley Sinde, cuyo reglamento finalmente no se aprobó; la posición cerrilista contra el ebook que mantienen algunos sectores que no han entendido que la digitalización de nuestra vida no se detendrá ante el libro solo porque se trata del libro; la privatización de la Agencia del ISBN, con la consiguiente confusión, inoperancia y encarecimiento innecesario del ISBN, que penalizará más las pequeñas que a las grandes editoriales; por último el mantenimiento de un IVA excesivo para el libro electrónico vs el libro impreso. Es decir, lo peor ha sido la escasa visión de futuro.
Desde ese punto de vista quizá ha sido otro año de desilusión, aunque relativa. Si bien solo a fin de año las grandes editoriales se ha sentido fuertes y seguras como para lanzarse al mercado del ebook, la buena noticia es que lo han hecho y eso va a desbloquear ciertas dinámicas que hasta ahora cerraban el paso a su desarrollo. El desembarco de Apple o Amazon no es ajeno a esta acción. Por otro lado la guerra de los e-reader llega finalmente a España y Europa y los precios empiezan a bajar. Son dos factores que sumados despiertan cierto optimismo.
Así pues el 2011 ha sido otro año de transición, Hemos de observar que la acción proactiva de los pequeños editores ha quedado otra vez oscurecida, aunque hay que destacar que en la primera edición de Liber Digital en octubre, solo vio a las pequeñas, combativas e innovadores editoriales: significativo más que llamativo.
Desde nuestra perspectiva lo peor de este 2011 ha sido la cerrazón d la Ley Sinde, cuyo reglamento finalmente no se aprobó; la posición cerrilista contra el ebook que mantienen algunos sectores que no han entendido que la digitalización de nuestra vida no se detendrá ante el libro solo porque se trata del libro; la privatización de la Agencia del ISBN, con la consiguiente confusión, inoperancia y encarecimiento innecesario del ISBN, que penalizará más las pequeñas que a las grandes editoriales; por último el mantenimiento de un IVA excesivo para el libro electrónico vs el libro impreso. Es decir, lo peor ha sido la escasa visión de futuro.
Quais as suas perspectivas para 2012?
Somos positivos. El 2012 será un año de mayor actividad, quizá el año en que el ebook se ponga en marcha, irrefrenable, en España y en Europa. Es obvio que la situación económica no acompaña un optimismo a la ligera, pero creemos también que existen la posibilidad de un acelerado desarrollo del ebook en toda sudamérica y una mayor presencia del ebook en español en USA, lo que sin duda son datos positivos.
Po otro lado 2010 será el año en que por fin EPUB3 será una realidad universal en el mundo de la edición digital, lo que hace esperar en nuevas posibilidades de desarrollo del libro electrónico.
Creemos también que, no obstante todo, las pequeñas editoriales van a seguir demostrando un dinamismo superior, encontrando no solo nuevos autores, formato, quizá géneros, sino también nuevas formas de comercialización, distribución y acercamiento al lector, sea on-line que off-line.
2012 no se moverá en modo muy diferente al 2011 pro sin duda lo hará acelerando sin cesar la tendencia de afirmación y crecimiento del ebook.
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Paola Brunelli
Ilustradora free lancer, pós-graduada em comunicação
Como foi o ano de 2011 para quem trabalha no Mundo Editorial?
No meu caso o ano de 2011 foi bom, algumas oportunidades apareceram mas economicamente ainda não senti nenhum crescimento. Acho que o mercado sim melhorou muito, as notícias foram bastante divulgadas, houveram muitas feiras, fóruns e encontros ligados á editoria e acredito que o Brasil está se ainda muito bem no cenário mundial, apesar de ainda importarmos muitos volumes (o que para os tradutores é excelente). Os volumes digitais podem ser as grandes estrelas de 2012, acho que o marketing desses produtos é forte, o apelo com os jovens é muito forte e funciona bem, além disso a entrada da Amazon no Brasil, e outras grandes editoras que estão investindo em livros digitais prometem bastante para o futuro.
Quais as suas perspectivas para 2012?
As minhas expectativas são muito altas, espero sair com mais dois volumes e me consolidar no mercado. Estou ainda no interior o que dificulta muito meu trabalho, apesar de vivermos na era da internet, eu que sempre vive fora do Brasil, agora que voltei ao país mas não estou em são paulo sinto como se estivesse ainda na Europa. Vejo um aquecimento maior para são paulo e rio de janeiro que são nossos melhores mercados, e espero poder crescer bastante, inclusive investindo em minha educação. Muitas editoras novas estão fazendo produtos de alta qualidade, com cuidados de gráfica e materiais diferenciados, eu até destacaria a Cosac Naify, que vem me impressionando bastante.
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Eduardo Bonito
Editor-chefe
Editora Literata
Como foi o ano de 2011 para quem trabalha no Mundo Editorial?
Foi um ano direi que produtivo, cheio de altos e baixos, mas nao posso me queixar, aprendi muito este ano, fiz muitas parcerias e principalmente revelamos muitos autorores novos. O maior problema que tive em 2011 foi separar o joio do trigo, ou seja, por um lado o mercado literário está ótimo, cheio de novos talentos, mas por outro está complicado achar novos bons talentos realmente bons.
Quais as suas perspectivas para 2012?
Crescer sempre caminhando com honestidade. Apoiem os novos escritores e a literatura brasileira participem dos nossos eventos.
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Obs: devido ao espaço, fui obrigado a selecionar as respostas e algumas participações não entraram nesta postagem, mas serão aproveitadas numa próxima abordagem, que deve ocorrer na próxima semana. Os comentários estão abertos e são muito bem-vindos! Feliz 2012!
Boa leitura e bom proveito.
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15 comentários:
Meus parabéns à toda equipe do Mundo Editorial por mais esta contribuição. Este blog está sempre fornecendo material de qualidade para seus leitores. Para quem, como eu, trabalha no mercado de livros e revistas, este blog é uma "mão na roda", além de muito agradável.
Parabéns a todos.
Luciana Avergada Lopes
Editora
valeu mundo editorial, obrigada pelas informações.
ass. bebete
OPA QUE BELEZA!
Parabens ao blog.
Mendiasse Jr.
NOSSA, ADOREI A POSTAGEM E VOU MANDAR PRA TODOS, CONGRATULAÇÕES PELA INICIATIVA.
YONI YANG CHIN
boas informações
Belíssima postagem, extremamente útil para nós que vivemos dos livros e da literatura. Este blog Mundo Editorial é o melhor blog sobre o mercado editorial e sobre os fatos importantes da produção editorial. Meus parabéns, acho que posso chamá-lo de amigo.
Cordialmente,
Luiz Mateus Neves Andreatti
MEUS PARABÉNS
Não conecia o blog mundo editorial mas a partir de agora serei seguidor e eterno admirador. Parabéns!
aqi tem conteudo
lalaua
Olá!
Gostei muito da originalidade da postagem e, gostaria de saber se posso levar a ideia ao meu blog com os devidos créditos.
O objetivo desse pedido é agregar informações.
Grata
Marcia
http://www.apaixonadaporlivros.com
Miguel,eu amei este blog,não o conhecia,eu estava perdendo muito de mim mesma.
Marcia, bom dia. Agradeço o interesse.
Pode usar o conteúdo em seu blog, desde que dê os créditos aos autores e coloque um link do Mundo Editorial em seu blog...
Abraços!
Parabéns pela nobre postagem!
Excelene postagem, muito informativa.
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