Lavínia, lascívia, boa literatura e cinema

Marçal e Marcelino, bate papo
jun 2012
foto: Sylvia Beatrix

Um bate papo delicioso tomou conta do Centro Cultural b_arco em junho de 2012. O evento pode ser do passado, mas o assunto é bem atual. Marçal Aquino é atual.

É interessante ter a oportunidade de ouvir um autor falando sobre seus processos criativos, como nascem as histórias, suas dificuldades, como encara as críticas - ter contato com a "pessoa". Eu gostei da experiência. E a máxima atribuída a Einstein prevalece: 10% de inspiração, 90% de transpiração. Como trabalha um escritor!

Saber que ele foi repórter policial, muda a perspectiva. Ainda mais quando temos a possibilidade de ler "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios". É um chacoalhão. Dos bons.

Primeiro eu assisti ao filme, estava com horário livre em plena Paulista, a sessão já tinha começado, entrei. Perdi a cena que transborda de sedução com Camila Pitanga. Nem só de Camila é feito o filme -  o ator Gero Camilo que eu admiro muito, também está sensacional com seu personagem Viktor Laurence. SEN-SA-CIO-NAL.

Mesmo tendo perdido "a cena", todo o restante do filme me cativou e instigou a ler o livro. O trailer você assiste aqui. Valeu a máxima - o livro é muito melhor que o filme (que na minha opinião é um filmaço!). 

Demora pra cair a ficha e perceber que a vida não é um conto de fadas. Frase clichê, eu sei. Lendo o livro - e acompanhando vorazmente as histórias de amor que o permeiam - vemos que, só por ser amor, não significa final feliz. Pode ter um outro final. Doído. Sórdido. Triste. E ainda assim, é amor.

Sendo jornalista policial, Marçal deve ter tido contato com "a luz e a sombra" dos casos que acompanhou e conseguiu trazer esta sua vivência, com beleza e de forma crua para seu romance.

São três histórias, correm em paralelo, tempos que se misturam - o que pede concentração na leitura -  e personagens ricos. Lavínia, esposa do pastor Ernani é a figura principal deste romance e se envolve com Cauby, o fotógrafo que deixa a metrópole para viver em uma região conflituosa do Brasil. E ao redor deles, outros personagens dão vida e dor a este romance que, para mim, foi uma experiência única.

Está feito o convite. Depois me conta o que achou do livro!

Até a próxima postagem,

Sylvia Beatrix