Utilidade, serventia, emprego ou preciosidade?


"Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem aos ventos meu tesouro."
Francisco Buarque de Hollanda


2010. Estou em uma sala de aula azul, na Casa do Saber em São Paulo praticando a escrita. Em meio a exercícios, correções e comentários, enrosco (tranço, cruzo, corto, atravesso) na busca da melhor palavra para um texto. E não estou só. Meus colegas escrevinhadores também se perguntam: qual a melhor palavra para esta frase? 
E a luz surge (principia, empreende, desponta, assoma no horizonte).
Somos apresentados ao relançamento do "Dicionário Analógico da Língua Portuguesa", escrito por Francisco Ferreira dos Santos Azevedo e compulsivamente colecionado por Chico Buarque, autor do prefácio da nova edição - e de onde foi extraída a frase (proposição, oração, sentença, enunciado) que dá início a este post. O escritor das mais belas letras de música, tinha motivo para sentir o que escreveu.
Foi presenteado por seu pai com um exemplar do dicionário, edição de 1950. Passaram-se 60 anos até que uma segunda edição reaparecesse para nos ajudar a escrever melhor. Desde então, Chico percorre sebos atrás de outros originais (exemplares, protótipos, modelos, tipos). Agora sabemos um dos segredos de Chico. Vale a pena ler o prefácio (de onde tirei a ideia de como escrever este texto!)

Divirta-se buscando a melhor relação, encadeamento, conexão ou vinculação de ideias. Certamente você encontrará a palavra que expressa exatamente o que você quer dizer. Chico fez isso com maestria. Olha a nossa chance! ;-)

Até o próximo post,

Sylvia Beatrix


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